A cada cinco anos, o governo brasileiro organiza um leilão crucial para determinar quais instituições financeiras poderão oferecer seus serviços aos novos beneficiários do INSS. Este processo de licitação, também conhecido como pregão da folha de benefícios do INSS, visa selecionar os bancos que serão responsáveis pelo pagamento dos previdenciários e assistenciais concedidos entre 2025 e 2030.
O último leilão ocorreu entre os dias 5 e 7 de novembro de 2019, e gerou uma arrecadação significativa para os cofres públicos, estimada em R$ 24 bilhões nos cinco anos seguintes. A data para o leilão deste ano ainda está em definição.
Porém, segundo o Brazil Journal em recente matéria publicada, o mercado financeiro brasileiro está em ebulição com a intensa competição entre os bancos pelo controle do consignado do INSS. O leilão em questão possui extrema importância para essas empresas, visto que é a oportunidade ideal de obter acesso a uma base de clientes estável e previsível com possibilidade de expandir seu market share.
Para alcançar essa realidade, é essencial que os bancos em disputa estejam alinhados às necessidades deste público. Discutimos esses pontos detalhadamente ao longo deste conteúdo. Continue a leitura!
Desafios cruciais dos bancos ao atender o público 60+
Apesar da competição acirrada pelo consignado do INSS e as especificações necessárias para que os bancos possam participar do leilão, é fundamental destacar a importância de compreender as necessidades específicas dos aposentados.
Segundo estudo encomendado pela MATH e realizado em parceria entre a Bistrô e a Hibou, os bancos não possuem um atendimento específico para os aposentados, o que pode afastar esse público de algumas instituições.
Este segmento, que está crescendo rapidamente devido ao envelhecimento da população brasileira, não apenas dependem fortemente da previdência social, mas também enfrentam desafios financeiros significativos que afetam suas decisões de escolha bancária. Tais como:
Segurança Digital:
A preocupação com fraudes digitais é alta entre os aposentados, o que torna a confiança em serviços online um desafio significativo. Muitos aposentados ainda preferem o atendimento presencial devido ao medo de golpes e à complexidade percebida das interfaces digitais.
Acessibilidade e Usabilidade:
A usabilidade das plataformas digitais pode ser um obstáculo para estes usuários, que podem não estar familiarizados com tecnologias modernas ou achar as interfaces complicadas.
Dependência Familiar:
Muitos aposentados dependem de familiares para tomar decisões financeiras, o que pode complicar a comunicação direta entre bancos e clientes.
Burocracia e Complexidade:
A burocracia e a complexidade dos processos bancários podem ser desmotivadoras para as pessoas dessa faixa etária, que preferem soluções simples e diretas.
Em contrapartida, existem oportunidades que podem ser exploradas como soluções para os impasses do caminho.
Como se destacar na “guerra pelo consignado”
Para obter vantagem e explorar soluções, os bancos devem considerar uma comunicação clara, atendendo as necessidades e expectativas dos usuários de maneira respeitosa e segura.
Alguns pontos levantados no estudo “A Jornada Bancária dos Aposentados – revelando os influenciadores ocultos” são:
- Influência Familiar: O estudo revela que familiares, especialmente filhos, desempenham um papel crucial nas decisões financeiras do público 60+. Bancos que incorporarem essa dinâmica em suas estratégias de marketing e atendimento poderão criar campanhas mais eficazes e engajadoras.
- Segurança Digital: A segurança é uma preocupação central para os aposentados ao usar serviços bancários digitais. Implementar medidas robustas de segurança e oferecer suporte humano podem aumentar a confiança e a adoção desses serviços.
- Personalização de Produtos: Pessoas de idade avançada possuem necessidades financeiras distintas que vão além do consignado, incluindo produtos de investimento e programas de fidelidade. Bancos que desenvolverem ofertas personalizadas para atender essas necessidades específicas terão uma vantagem competitiva.
- Educação e Suporte: Muitos aposentados precisam de orientação e suporte ao navegar pelos serviços bancários digitais. Prover material educativo e assistência contínua pode melhorar significativamente a experiência do cliente.
- Facilidade de acesso: Garantir que os canais de atendimento, tanto físicos quanto digitais, sejam acessíveis e amigáveis para os aposentados. Facilitar o acesso ao suporte é vital para atender bem esse público.
Como se adaptar a este mercado
Com a crescente competição pelo consignado do INSS, compreender e atender às necessidades dos aposentados é mais crucial do que nunca. Segundo o estudo, aproximadamente 28% da população brasileira terá 65 anos ou mais até 2050.
Adotar uma abordagem centrada no cliente deve ser o foco principal. Além disso, é essencial considerar tanto as necessidades imediatas quanto os objetivos de longo prazo dos aposentados. Isso inclui:
- Desenvolver Campanhas Direcionadas: Criar campanhas que envolvam os familiares dos aposentados, destacando a segurança e os benefícios dos serviços bancários digitais.
- Investir em Tecnologia: Utilizar ferramentas de CRM e análise de dados para oferecer um atendimento personalizado e proativo.
- Melhorar a Experiência Digital: Garantir que as plataformas digitais sejam intuitivas e seguras, com suporte disponível para ajudar nas operações complexas.
Ao investir em tecnologias seguras e intuitivas, simplificar processos e oferecer atendimento humanizado, os bancos não só ganham vantagem competitiva na disputa pelo consignado do INSS, como também constroem relações mais fortes e duradouras com os aposentados.
Este alinhamento entre as estratégias financeiras e as necessidades dessa faixa etária são fundamentais para transformar desafios em oportunidades, garantindo uma abordagem eficaz e respeitosa aos usuários.
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