O Money20/20 é um dos principais palcos globais de fintech, banking, pagamentos e regulação, reunindo executivos C-level, reguladores, fundadores e provedores de tecnologia. A edição de 2025 (Dia 1) evidenciou um ponto de inflexão: stablecoins deixaram de ser experimento e passaram a infraestrutura de pagamentos. Com a escala, vieram à tona fraudes industrializadas, pressão por compliance programável e a urgência de identidade digital verificável para sustentar confiança em velocidade de máquina.

Painel Money 2020 – Dia 1: Greg Kidd (USBC), Neha Narkhede (Oscilar), Liat Shetret (Elliptic). Moderação: Nik Milanović (This Week in Fintech).


Estrutura detalhada do panorama às ações

TL;DR

  • Stablecoins como “trilhos” de pagamento impulsionam fraude, riscos regulatórios e sanções.

  • Fraude industrializada (onboardings sintéticos, lavagem cross-chain) exige inteligência de risco em tempo real unificando identidade + dispositivo + blockchain.

  • Onshoring é o novo compliance (Greg Kidd): manter o risco “dentro do dólar” fortalece detecção e enforcement; atenção à lacuna de proteção em fluxos não custodiais.

  • Compliance programável (Liat Shetret), alinhado a BSA/Patriot Act e a marcos como GENIUS Act/MECA, dá previsibilidade e escala.

  • Consenso: transparência do blockchain + IA + identidade verificável = machine-speed trust com auditabilidade contínua.

“Compliance programável é o que vai permitir escalar a inovação com segurança.”

Contexto e pano de fundo

Bancos e IPs entram em stablecoins e pagamentos tokenizados. O risco migra de casos pontuais para operações coordenadas cross-canal e cross-chain, amplificadas por IA.
Casos citados:

  • 200 contas falsas/48h com microdepósitos para emissão e saque rápido de USDC.

  • US$ 150 mil lavados via 1.200 microtransações em três blockchains, consolidadas em poucas carteiras em horas.

Principais insights

1) Fraude industrializada pede correlação em tempo real
Combine sinais de identidade, dispositivo, comportamento e on-chain. Use IA + graph analytics para detectar redes de mulas digitais e padrões cross-chain que escapam de controles isolados.

2) Custodial x não custodial redefine o risco
Ambientes custodiais oferecem KYC e alguma proteção; não custodiais operam sem identidade, sem chargeback e fora de coberturas típicas — o “velho oeste” do risco.

3) Compliance sai do bunker e vira estratégia
Gerenciamento ativo do risco. Blockchain deixa de ser ameaça e vira camada de visibilidade e execução (lists, holds, evidence).

4) Lei + tecnologia convergem
Marcos regulatórios trazem segurança jurídica para bancos/fintechs. Compliance programável sai da coluna de custo e entra como motor de inovação.

5) Identidade digital verificável é o pivô
Credenciais verificáveis (com privacidade preservada) habilitam confiança sem exposição. Machine-speed trust = detecção → decisão → ação no tempo da máquina, com trilha de auditoria.

Ações práticas (do palco para a operação)

  • Unificar sinais (KYC/KYB, device fingerprinting, listas de sanções, heurísticas on-chain, comportamento) em um grafo de risco operacional.

  • Operacionalizar KYT (Know Your Transaction) com detecção em tempo real e listas dinâmicas multi-chain.

  • Playbooks por score: auto-hold, step-up verification, reroteamento, case management com evidências e audit trail.

  • Onshoring com rampas USD e parceiros que suportem coleta de evidências e resposta a ordens de enforcement.

  • Medir “tempo de verdade”: latência alerta → bloqueio → reporte, por cadeia/contrato, com governança visível.

O novo mapa dos pagamentos

  • Blockchain: eixo de visibilidade + enforcement.

  • IA: motor de priorização e decisão de risco.

  • Identidade verificável: confiança com privacidade.

  • Compliance programável: de barreira a infraestrutura de inovação segura.


 

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Post by Time MATH
Outubro 31, 2025
Método científico aplicado em Mídia, CRM, Marketing e Tecnologia.